sábado, 14 de maio de 2011

Do que se faz

De um só pano faz um fato o alfaiate
De cortes em remedeio a sua farda
Ao barco refém já se faz o calafate
De martelo e cravo e a serra dada

O retrato em papel de branco mate
Daquilo que faz porém não guarda
É no pardo destino o plano encarte
De riscos e alfinetes, tábua marcada

Os silêncios mastigados de lua nova
A mostarda no pão-de-ló, dado a prova
E os duendes a gargalhar nas gavetas

De popa, o vento mareiro se avizinha
Que da manta farta, a vela aqui bainha
Se abrirem as escotilhas das valetas

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