Estou chateado “pá”.
Hoje não sou boa companhia para ninguém.
Nem para ti.
mas é com este espírito
que vou falar contigo.
Dizer-te o que estou a sentir,
para aliviar.
De coçar já tenho o saco cheio.
No tempo do silêncio, oiço vozes no vazio
que chamam o poeta que escreve de amor,
flores e horrores celestes.
Mas porque não das chatices?
Quando tudo à volta é chato.
— Era uma vez um país...
de tão pequenino que era,
era governado por chatos.
Podia começar assim!...
Pensando bem,
os elementos parecem saídos
da Banda Desenhada.
Se alguém os ligasse ao real
ou à esperança perdida,
eu poderia cantar alegres versos
e de graça sorrir.
domingo, 12 de dezembro de 2010
Loucura
Loucura pacífica, criativa,
Do bom ou do mau, é igual
Gargalhada em acção aflitiva
Sorvida dumas linhas de jornal
O que faz rir assim
Ao sisudo e ao malfadado,
É saber que não é jasmim
Do monte, perfumado,
Que lhes deixa o selim
De merda deputado
Do bom ou do mau, é igual
Gargalhada em acção aflitiva
Sorvida dumas linhas de jornal
O que faz rir assim
Ao sisudo e ao malfadado,
É saber que não é jasmim
Do monte, perfumado,
Que lhes deixa o selim
De merda deputado
Nas asas dos sonhos
Os fantasmas nas asas dos sonhos
Os sonhos nas asas dos fantasmas
Assombrosa sinfonia de asmas
Empastelados os sentidos ave-risonhos
Canteiro semeado de mais tristonhos
E as valquírias que despertam suas carmas
Astenia apossada nos trabalhos de armas
Nestas coisas se na eira usam-se os conhos
No rescaldo do fogo a demandada
Pode ser que fique quente esta coutada
Partem os fantasmas nas asas dos sonhos
Ficam sonhos sem asas e fantasmas servos
Silvados por desbravar e regimes de nervos
E fica a esperança no reviralho sem medonhos
Os sonhos nas asas dos fantasmas
Assombrosa sinfonia de asmas
Empastelados os sentidos ave-risonhos
Canteiro semeado de mais tristonhos
E as valquírias que despertam suas carmas
Astenia apossada nos trabalhos de armas
Nestas coisas se na eira usam-se os conhos
No rescaldo do fogo a demandada
Pode ser que fique quente esta coutada
Partem os fantasmas nas asas dos sonhos
Ficam sonhos sem asas e fantasmas servos
Silvados por desbravar e regimes de nervos
E fica a esperança no reviralho sem medonhos
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