terça-feira, 20 de julho de 2010

Lambedores

Mesuras e rapapés viscosos
do peitudo que amocha ao soberano.
De postura enrolada, lambido,
o lambareiro que é um filho da puta,
sorri e aplaude os canalhas.

Mais tarde...
depois da dolorosa penetração
a que também ele não escapou,
a gemer, instiga os cães do vizinho.
Ele, na sombra, espera o sarar.

Um pouco mais tarde...
No colo da nova leva de eleitos,
e com as calças em baixo enfoladas
a tapar os sapatos já sem brilho,
ele volta a sentar-se ainda dorido.
Fiel ao grito a reunir:
— Lambedores às botas!... Lambedores às botas!...




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